terça-feira, agosto 18, 2009

...cenas de um Brasil real.

Imposível não se emocionar....a frente do cortejo a pequena sertaneja carrega uma singela coroa de flores....atrás, na rua central da cidade, o cortejo passa num silêncio doloroso em direção a igrejinha no final da rua, o sino toca e a dor daqueles que acompanham o cortejo se faz sentir em mim - ou quem sabe em algum 'nós' - que sequer vimos o rosto, vivo ou desfalecido, da pequenina jovem homenageada. Ela faleceu um dia antes, no domingo, tinha 15 anos e morreu dando a luz ao seu primeiro filho "Jesus", assim o chamaram....A dor da cena, para mim, só não é maior do que para aqueles que conviveram com a jovem mãe....o desenho da cena, debaixo do sol do nordeste me faz penar nos meus sonhos, desejos, anseios, me faz me olhar de frente e encarar minha própria idade, as escolhas que fiz e o que quero manter....

No retorno na igreja em direção ao cemitério, o cortejo retorna e no final um carro de som canta a musica predileta da jovem mãe (Ando Calado, Mano Valter) sobre o caixão a camisa do Flamengo em pleno sertão nordestino....

Fica aqui minha homenagem a este dia tão especial....fica em mim, mais uma lição aprendida nas andanças por este país de meu Deus.

Eu sinto o vento gelado em meu peito
E a solidão tomou conta de mim
Meu olhos choram de tantas saudades
Sinto vontade de te ver de novo
Mas toda vez é assim, você sempre foge de mim.
Ando calado, meu peito doendo de tanta saudade
Mas não compreendo que o meu coração vai ficar na saudade
De sentir teu corpo quente a me aquecer.
Eu fico sem jeito mas não compreendo
Por que é que eu te amo desse jeito
Se você nunca liga pra mim.
Ando calado, meu peito doendo de tantas saudades
Mas não compreendo que o meu coração vai ficar na
saudade
De sentir teu corpo quente a me aquecer.

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